Data: 13-09-2012
Criterio:
Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Weinmannia paulliniifolia é uma espécie arbórea ocorrente nos Estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ocorre em ambientes de maior altitude em Floresta ombrófila densa, restinga e floresta ombrófila mista, os quais possuem um histórico de pressão antrópica e encontram-se hoje sob diversas ameaças resultando em fragmentação severa. Além disso, a espécie possui valor madeireiro sendo utilizada na confecção de embalagens, cabo de ferramentas, utensílios agrícolas, lenha, carvão e construções. Apesar disso, a espécie está bem representada em áreas protegidas, é bem distribuída e é muito utilizada em áreas de reflorestamento. Desta forma, Weinmannia paulliniifolia está "Quase ameaçada" (NT), porém maiores estudos dos níveis de exploração sobre suas populações são necessários, os quais poderão levá-la futuramente a uma nova avaliação.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser.;
Família: Cunoniaceae
Sinônimos:
Descrita em Prodr. [A. P. de Candolle] 4: 11. 1830. Nomes populares: "gramimunha", "gramoinha" (Zickel, 2012), "gramimanha" e "guaperê" (Silva, 2011).
Grande importância econômica devido a sua madeira grã regular e moderadamente pesada (Silva, 2011).
Em estudo fitossociológico em área de floresta alto-montana, no município de Camanducaia, no Estado de Minas Gerais, foram amostrados quatro indivíduos em uma área de 0,75 ha (França; Stehmann, 2004).
Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Zickel, 2012).
Caracteriza-se por árvores de copa irregular, tronco curto e tortuoso, DAP entre 30-40 cm de diâmetro, podendo atingir de 8-14 m de altura; floração de novembro a fevereiro, frutificação de janeiro a março (Silva, 2011); dispersão anemocórica (Grings; Brack, 2009).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
1.1 Agriculture
Detalhes
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual de Ibitipoca, no Estado de Minas Gerais; Parque Nacional do Cerrado, Estação Ecológica da Ilha do Mel, no Paraná; Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Reserva Biológica do Tinguá e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Municipal da Grota Funda, Reserva Biológica da Ilha do Cardoso e Estação Ecológica de Chauás, em São Paulo (CNCFlora, 2011).
- ZICKEL, C.S. Cunoniaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.231, 2009.
- SILVA, C.A. Ecologia da espécie Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. (Cunoniaceae) em um remanescente de Floresta Ombrófila Mista, Serra da Farofa, Painel, SC, Brasil. , 2011.
- ZICKEL, C.S. Weinmannia paulliniifolia in Weinmannia (Cunoniaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007129>.
- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.
- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.
- GRINGS, M.; BRACK, P. Árvores na vegetação nativa de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul., IHERINGIA, Porto Alegre, v.64, p.5-22, 2009.
- FRANÇA, G.S.; STEHMANN, J.R. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de uma floresta altimontana no município de Camanducaia, Minas Gerais, Brasil., Revista Brasileira de Botanica, v.27, p.19-30, 2004.
- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.
- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.
CNCFlora. Weinmannia paulliniifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Weinmannia paulliniifolia
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 14:43:09